quinta-feira, 19 de novembro de 2009

OFICINA: TP1
OBJETIVO: Discutir as variantes lingüísticas: dialetos, registros e equívocos.



Variação Lingüística é um tema sempre muito recorrente em reuniões de professores ou conversas informais. Por esta razão, e considerando que o Pólo de Cruz das Almas, especificamente a turma 1 trabalha com professores que fizeram ou estão em fase de conclusão da Graduação, que têm um bom nível de leitura e que estão sempre buscando atualizações imaginei que as discussões pudessem não gerar interesse no grupo. No entanto a interação foi muito especial, embora o grupo estivesse bastante reduzido pelo numero de faltosos neste dia.

Falar sobre as diversas variantes remeteu os professores a uma reflexão bem interessante sobre o trabalho que vêm desenvolvendo em sala de aula e especialmente as dificuldades que encontrão para realizar atividades que possibilitem a compreensão dos alunos a cerca da necessidade de valorizar a fala que não corresponde ao seu padrão de uso.

Tiro Ao Álvaro
Adoniran Barbosa

De tanto levar frechada do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
Táubua de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar
Táuba de tiro ao álvaro
Não tem mais onde furar

Teu olhar mata mais do que
bala de carabina
Que veneno e estriquininaque
peixeira de baiano
Teu olhar mata mais que atropelamento de automóver
mais que bala de revórver

A oficina começou com a música de Adoniran Barbosa, “Tiro ao Álvaro”, que foi ouvida e comentada, numa discussão bem divertida. Em seguida assistimos ao vídeo “Assalto da Língua
Portuguesa” que gerou muitos risos e posterior discussão sobre o nível de conhecimento para uso padrão da Língua Portuguesa.
Para motivar, ainda mais o grupo realizamos uma dinâmica em que cada um se viu representado por um boneco de palha e oscolegas criavam falas em estilo costumeiramente usado pelo outro. Ao ler o texto escrito todos deviam adivinhar quem, possivelmente estava sendo representado. Esta dinâmica foi usada para discutirmos idioletos (uma variação de uma língua única
a um indivíduo).
Na seqüência realizamos atividade de grupo criando falas para personagens que estavam chocados com a discriminação sofrida por um estudante que precisou mudar de estado.
As discussões foram sistematizadas com a exibição de slides com textos de Marcos Bagno.
Muitos exemplos e experiências foram levantados nesta oficina, todos já vivenciaram situação de conflito em razão da grande diversidade lingüística no Brasil, mas foi um momento rico que encerramos com a leitura de um texto do dicionário de baianês e um vídeo com falas de mineiro.