quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Hermengarda, minha frô

É com o coração trespassado de sardade que eu te esrevo estas martraçadas linhas. Suncê nem imagina o que é vive na cidade, no meio da fumacera e dos carros pegano a gente. Um corre-corre dos diabo, ninguém para pruma prosinha, nem isquenta ninhum lugá.
Se Deus quisé, Hermengarda, no nata eu vorto procê. Vamo subi na invernada, oiá o rio cantano, juntinho cós passarinho. Aí, que tristeza esta terra, onde nem tem curió.
Suncê deve ta bunita, vestida de chita estampada, as trança voando ao vento. Hermengarda, minha minina, to sofreno do coração. Não, num é doença de peito, é vontade de vê suncê e tamém a famia toda.
Dê um beijo no pai e na mãe. Peça ao cumpadre Tonhão pra óia minhas curtura.

De teu sincero amô.

Mané Bento